Pular para o conteúdo

O que é a Antroposofia

A Antroposofia é uma visão espiritual sobre o ser humano e a natureza, e ao mesmo tempo, científica. Três tradições foram integradas e ampliadas: a tradição empírica da ciência moderna, iniciada por Copérnico, Kepler e Galileu; a tradição cognitiva da filosofia, iniciada por Platão e Aristóteles e trazida a um apogeu no assim chamado idealismo alemão por Hegel, Fichte, Schelling, Schiller e Goethe; e a tradição cristã.

Entre os princípios que conduzem o cuidado médico antroposófico estão o reconhecimento da autonomia e da dignidade do paciente e o estímulo para que o próprio paciente seja a engrenagem motora de sua própria cura.   A Antroposofia busca uma abordagem holística que, além da restauração da saúde, visa induzir um novo nível de força interior do organismo e do indivíduo, sendo aplicada, principalmente, em condições crônicas. Com ela, o indivíduo pode apresentar respostas comportamentais e emocionais que contribuem para melhora da qualidade de vida, uma vez que acompanha ativamente o próprio estado de saúde, lidando adequadamente e cognitivamente com os sintomas no tratamento, consequências físicas e sociais do transtorno crônico, e os ajustes associados ao estilo de vida.

Método integrante das terapias convencionais, a Antroposofia nasceu para proporcionar uma abordagem integrativa, multimodal e individualizada para a saúde dos pacientes, na qual médicos, farmacêuticos, enfermeiros e terapeutas trabalham juntos para expandir – não substituir – abordagens médicas convencionais.

Práticas Terapêuticas utilizadas na Antroposofia

Predominante na Europa Central, a Antroposofia está presente em mais de 80 países. Há opções de tratamento para todo o espectro de doenças agudas e crônicas, com foco em doenças infantis, medicina de família e especialmente nas doenças crônicas que necessitam de tratamentos longos e complexos.

Vários componentes terapêuticos são combinados nos tratamentos antroposóficos. São utilizados remédios derivados de plantas, minerais e animais; terapia artística, euritmia terapêutica e massagem rítmica; aconselhamento; psicoterapia; e técnicas específicas de enfermagem.

Além da medicina, o modelo antroposófico serviu como base para o desenvolvimento de várias áreas: uma escola de ciência espiritual com várias seções especializadas, fundada em Dornach (Suíça) em 1924; um novo método pedagógico nas Escolas Waldorf (também conhecidas como Escolas Rudolf Steiner); programas de educação domiciliar; centros de cuidado infantil e pré-escola ao redor do mundo; o movimento da educação terapêutica; uma nova orientação à agricultura, a agricultura biodinâmica; a criação de uma nova arte do movimento, a euritmia; uma renovação de várias atividades artísticas, como a arte da fala, arte dramática, pintura, escultura e arquitetura.

Instituições médicas antroposóficas, que incluem hospitais, departamentos em hospitais, centros de reabilitação, e outros centros de internação médica, estão distribuídas em vários países, como Europa,  Alemanha, EUA, Holanda, Suíça e Suécia, incluindo atendimento de emergência.

No Brasil, a medicina antroposófica tem mais de 60 anos de história, obtendo reconhecimento de sua prática por meio do Parecer C.F.M. n°. 21/93, de 23 de novembro de 1993 (Conselho Federal de Medicina) e Resolução C.F.F. nº 465/2007, de 24 de julho de 2007 (Conselho Federal de Farmácia). A medicina antroposófica é um dos cinco sistemas terapêuticos do Ministério da Saúde pela “Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (PNPIC)”, adotado pelas Normas Ministeriais nº 971, de 3 de maio de 2006 e nº 1600, de 17 de julho de 2006.

Origens da Antroposofia

A Antroposofia foi criada no início dos anos 1920 por Rudolf Steiner e Ita Wegman. Steiner esforçou-se para complementar a cognição científica externa com cognição científica interna e intuitiva de acordo com sua epistemologia e, a partir dessa base, inspirar os médicos a praticar o que ele chamou de “medicina intuitiva”, que distingue o ser humano em 4 dimensões ou forças formativas: o corpo físico, o corpo etéreo (organização da vida), o psique (organização das sensações, afetos, vigília, condução e habilidades motoras) e a individualidade espiritual ou pneuma, que transcende o espaço e o tempo, sendo a consciência reflexiva/autorreflexão e a autoconsciência, a linguagem, a capacidade de questionar, julgar e executar valores, significado, controle de impulso e ação consciente.

A pesquisa sobre as forças formativas e as suas correspondências materiais, e sobre as diversas correlações entre essas forças provê a base da cosmovisão antroposófica. Essa visão traz dimensões espirituais às ciências naturais. Considera-se que as estruturas físicas da matéria são apenas um nível, e que, quando a substância está absorvida no contexto de um organismo, essa substância se torna “vivificada” ou, até mesmo, “animada”.

A Antroposofia foi criada no início dos anos 1920 por Rudolf Steiner e Ita Wegman. Steiner esforçou-se para complementar a cognição científica externa com cognição científica interna e intuitiva de acordo com sua epistemologia e, a partir dessa base, inspirar os médicos a praticar o que ele chamou de “medicina intuitiva”, que distingue o ser humano em 4 dimensões ou forças formativas: o corpo físico, o corpo etéreo (organização da vida), o psique (organização das sensações, afetos, vigília, condução e habilidades motoras) e a individualidade espiritual ou pneuma, que transcende o espaço e o tempo, sendo a consciência reflexiva/autorreflexão e a autoconsciência, a linguagem, a capacidade de questionar, julgar e executar valores, significado, controle de impulso e ação consciente.

A pesquisa sobre as forças formativas e as suas correspondências materiais, e sobre as diversas correlações entre essas forças provê a base da cosmovisão antroposófica. Essa visão traz dimensões espirituais às ciências naturais. Considera-se que as estruturas físicas da matéria são apenas um nível, e que, quando a substância está absorvida no contexto de um organismo, essa substância se torna “vivificada” ou, até mesmo, “animada”.

As informações completas sobre Antroposofia você encontra aqui.

Referências

ABMA. Curso de Antroposofia para Profissionais da Área da Saúde. Disponível em: <https://abmasp.com.br/curso-basico-cb/>. Acesso em: 30 out 2021.

Baars EW, Koster EB, Verhoef J. The Contribution of Anthroposophic Medicine to Self-Management: An Exploration of Concepts, Evidence, and Patient Perspectives. Complement Med Res. 24:225-231, 2017.

Baars EW, Kiene H, Kienle GS, Heusser P, Hamre HJ. An assessment of the scientific status of anthroposophic medicine, applying criteria from the philosophy of science. Complement Ther Med. 145-150, 2018.

Bartelme RR. Anthroposophic Medicine: A Short Monograph and Narrative Review-Foundations, Essential Characteristics, Scientific Basis, Safety, Effectiveness and Misconceptions. Glob Adv Health Med. 9:2164956120973634, 2020.

Kienle GS, Glockmann A, Grugel R, Hamre HJ, Kiene H. Klinische Forschung zur Anthroposophischen Medizin – update eines «Health Technology Assessment»-Berichts und status quo [Clinical research on anthroposophic medicine: update of a health technology assessment report and status quo]. Forsch Komplementmed 18(5):269-82, 2011.

IVAA – International Federation of Anthroposophic Medical Associations. The legal status of anthroposophic medicine in selected countries. Disponível em: <http://abmanacional.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Legal_status_of_anthroposophic_medicine_in_selected_countries_-_Final_Jan_2017.pdf. Acesso em: 30 out 2021.

Kienle GS, Albonico HU, Baars E, Hamre HJ, Zimmermann P, Kiene H. Anthroposophic medicine: an integrative medical system originating in europe. Glob Adv Health Med. 2(6):20-31, 2013.

Machado K. Antroposofia aplicada à saúde: avanços na pesquisa e na assistência, 2021. Disponível em: https://cabsin.org.br/membros/2021/07/06/antroposofia-aplicada-a-saude-avancos-na-pesquisa-e-na-assistencia/. Acesso em: 02 abr 2022.

Martin D. 100-Year Anniversary of Anthroposophic Medicine as an Integrative Medical System. Complement Med Res. 27(6):375-378, 2020.

Ministério da Saúde (BR). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC Nº 26, de 30 de março de 2007. Dispõe sobre o registro de medicamentos dinamizados industrializados homeopáticos, antroposóficos e anti-homotóxicos. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2007.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2015.

Parecer nº. 21, de 22 de novembro de 1993. Reconhecimento da Medicina Antroposófica como prática médica. Brasília, DF: Conselho Federal de Medicina, 1993. Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/php/pesquisa_pareceres.php# . Acesso em: 20 out 2021.

Resolução CFO-165, de 24 de novembro de 2017. Reconhece e regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista da prática integrativa e complementar à saúde bucal: Odontologia Antroposófica.Disponível em: <http://www.nota10.com.br/resolcfo165.pdf>. Acesso em: 30 out 2021.

Resolução n°. 467 de 24 de julho de 2007. Dispor sobre as atribuições do Farmacêutico no âmbito da farmácia antroposófica, nos termos do Anexo l desta Resolução. Brasília, DF: Conselho Federal de Farmácia, 2007. Disponível em:  http://www.crfsp.org.br/juridico/713-resolucao-465-de-24-de-julho-de-2007.htmlAcesso em: 29 out 2021.

Schieren J. The scientific credibility of anthroposophy. ROSE – Research in Steiner Education 2(2): 90-98, 2011.