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O que é a Meditação

A Meditação é uma prática complementar de bem-estar  que consiste em buscar a focalização da atenção (processos atencionais) estimulando a consciência corporal e a respiração, que podem trazer mais bem-estar físico, mental e emocional e melhorar o processamento de informação mental relacionado às habilidades cognitivas.

São descritos benefícios psicológicos, mentais, físicos, espirituais e sociais, sendo predominantes os aspectos psicológicos e mentais. Estudos científicos também trazem como possíveis efeitos favoráveis a redução do estresse, da ansiedade e da depressão; relaxamento mental e corporal; recuperação de doenças mentais e físicas; e a recuperação mais rápida em eventos negativos da vida; melhora do sono, da dor, dos relacionamentos e do autocuidado; elevação dos níveis de concentração, autocompaixão, bem-estar e felicidade.

A Meditação pode ser considerada um estado de atenção plena, mais focado, muitas vezes associada à repetição de mantras. Consiste em práticas físicas e mentais, com uma variedade de tipos, frequências e durações, promovendo melhora da consciência corporal e da respiração, relaxamento e melhora da concentração. Entretanto, a prática meditativa não é inócua, por isso deve ser ensinada, prescrita e praticada seguindo preceitos técnicos básicos, minimizando assim possíveis malefícios. Por apresentar uma abordagem transpessoal, é uma poderosa ferramenta para atingir outros níveis de consciência.

A Prática Terapêutica na Meditação

As práticas meditativas segundo as definições científicas atuais podem ser divididas em duas vertentes principais: a concentrativa, quando ocorre o treino da atenção sobre um único foco, como a respiração, a contagem sincronizada, um mantra ou algum som etc. Assim, sempre que ocorrer uma distração, o praticante deve retornar sua atenção ao foco.

Já a mindfulness é caracterizada pela consciência da experiência do momento presente com uma atitude de aceitação, em que nenhum tipo de elaboração ou julgamento é utilizado. À medida que estímulos internos ou externos atingem a consciência de quem pratica, este simplesmente os observa e, assim como surgiram, deixa-os sumir, sem qualquer ruminação ou reflexão. De forma geral, a investigação científica da Meditação parte do princípio de que, embora existam diversas técnicas, todas têm uma base fundamental em comum: o controle da atenção.

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Meditação foi abordada pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) como um recurso terapêutico inserido no contexto das práticas corporais e meditativas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), estando voltada à focalização da atenção do indivíduo. Várias instituições oferecem cursos na área, entretanto, não existe uma regulamentação específica voltada a quem aplica as técnicas de Meditação.

Origens da Meditação

A Meditação tem uma história que remonta a milhares de anos, e muitas das técnicas meditativas praticadas na atualidade começaram nas tradições orientais. Existem cinco grandes categorias de práticas de meditação: meditação Mantra, meditação Mindfulness, Ioga, Tai Chi e Qi Gong.

A prática da meditação originou-se nos antigos  tempos védicos da Índia e é descrita nos  textos védicos, sendo uma das modalidades usadas na Ayurveda. De acordo com a ciência védica (o conhecimento dos  textos védicos da  Índia antiga), o verdadeiro propósito da meditação é conectar-se ao Eu interior profundo.

A partir da década de 60, ganhou notoriedade nas ciências médicas do ocidente através de pesquisas sobre seus efeitos fisiológicos e sua aplicabilidade na prática pessoal.

 

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