Pular para o conteúdo

O que é a Cromoterapia

A Cromoterapia (também chamada de Fototerapia) é caracterizada pelo uso de luzes e cores, “frequências luminosas e espectros eletromagnéticos” para fins terapêuticos.

Os mecanismos da cromoterapia estão sendo descobertos através de recentes avanços em fotobiologia, fotoquímica e fototerapia. A cromoterapia convencional tem sido administrada através de várias fontes, como uma luz monocromática, luz de banda larga e, recentemente, uma nova metodologia denominada hidrocromoterapia, que tem mostrado resultados encorajadores.

Práticas Terapêuticas na Cromoterapia

Os impulsos luminosos por meio dos fotorreceptores oculares geram uma informação eletroquímica no tálamo, desencadeando uma reação por meio de dopamina, noradrenalina e acetilcolina (neurotransmissores). Juntas, estas substâncias promovem uma ação de inibição ou excitação, demonstrando a suscetibilidade humana aos estímulos luminosos.

Estudos neuropsiquiátricos demonstram que espectros visíveis de cores têm a capacidade de ativar ou bloquear processos dos complexos bioquímicos e fisiológicos do sistema nervoso central, estimulando a síntese de neuro-hormônios, como oxitocina e melatonina, substâncias responsáveis pela sensação de prazer, repouso e bem-estar. Estas disposições podem sofrer alterações segundo a luminosidade e a frequência de luz nos ambientes.

Inicialmente, evidenciou-se a influência das cores de forma positiva ou negativa no estado de humor e percepção das pessoas. Posteriormente, descobriu-se os efeitos do espectro solar e suas frequências ultravioletas para ação bactericida no tratamento do Lupus vulgaris, também conhecida como tuberculose luposa.

Tem sido demonstrado efeitos benéficos em várias condições médicas, incluindo dengue, insônia, diabetes, doenças psiquiátricas, hipertensão, transtorno afetivo sazonal, melhora da imunidade, hiperacidez, cicatrização de feridas cutâneas, distúrbios articulares crônicos e Inflamação.

Quando a Cromoterapia é utilizada de forma adequada na construção de ambientes terapêuticos pode estimular a percepção de tranquilidade, criatividade, acolhimento e conforto. Com seus benefícios notados, a terapia está presente na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPICs).

Uma das referências mundiais em terapias com cores é a International Wheel of Color (IWOC), incorporada a Color Therapy Association, entidade de pesquisa e saúde complementar que busca aprimorar as práticas de tratamentos com luz, normatizando diretrizes aos praticantes de Cromoterapia, seguindo regulamentações vigentes da União Europeia (EU) e Reino Unido.

Origens da Cromoterapia

É um dos sistemas terapêuticos mais antigos e tem sido usado pelas antigas civilizações da Índia, Egito, China e Grécia, em cerca de 2.000 a.C. para o tratamento de uma série de doenças. Egípcios e gregos usavam minerais coloridos, pedras, cristais, pomadas e corantes como remédios e santuários de tratamento pintados em vários tons de cores. O antigo médico ayurvédico Charaka, que viveu no século VI a.C., recomendou a luz solar para tratar uma variedade de doenças. Compartilhava-se o conceito de que as cores poderiam remover toxinas corporais e restaurar o equilíbrio do organismo.

Um dos pioneiros da Cromoterapia moderna foi Edwin Babbitt, que publicou em 1878 o livro “Os princípios da luz e da cor: O poder de cura através da cor“. Nesta obra, foram apresentados vários conceitos como a filosofia etério-atômica da força, a química cromogênica, a cromoterapêutica e a filosofia geral das forças finas (magnetismo), juntamente com numerosas descobertas e aplicações práticas.

 

Para saber mais sobre a Cromoterapia, acesse aqui.

Referências

Al-Hamamy HR, Al-Mashhadani SA, Mustafa IN. Comparative study of the effect of narrowband ultraviolet B phototherapy plus methotrexate vs. Diretrizes AMB 35 narrowband ultraviolet B alone and methotrexate alone in the treatment of plaque-type psoriasis. Int J Dermatol. 53(12):1531-5, 2014.

Azeemi ST, Raza SM. A critical analysis of chromotherapy and its scientific evolution. Evid Based Complement Alternat Med.2(4):481-8, 2005.

Azeemi STY, Rafiq HM, Ismail I, Kazmi SR, Azeemi A. The mechanistic basis of chromotherapy: Current knowledge and future perspectives. Complement Ther. Med. 46:217-222, 2019.

Boccanera NB, Boccanera SFB, Barbosa MA. As cores no ambiente de terapia intensiva: percepções de pacientes e profissionais. Rev. esc. enferm. USP 40(3): 343-349, 2006.

Demarco A, Clarke NG. An interview with Alison Demarco and Nichol Clarke: light and colourtherapy explained. Complement Ther. Nurs. Midwifery 7 (2): 95-103, 2001. Dobbs RH, Cremer RJ. Fototerapia. Arch Dis Child. 50 (11): 833-6, 1975.

Kops CRR. Goethe e Newton: a teoria das cores para a discussão entre arte e ciência. 2020. 106 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciência e Tecnologia) – Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2020.

Radeljak S, Zarković-Palijan T, Kovacević D, Kovac M. Chromotherapy in the regulation of neurohormonal balance in human brain-complementary application in modern psychiatric treatment. Coll. Antropol.32 (2):185-8, 2008.

Roelandts R. A new light on Niels Finsen, a century after his Nobel Prize. Photodermatol Photoimmunol Photomed. 21(3):115-7, 2005.

Portaria nº 702 de 21 de março de 2018. (2018). Altera a Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares-PNPIC. Brasília, DF: Ministério da Saúde.