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Medicina Integrativa: uma visão integral do paciente

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A Medicina Integrativa é um sistema de atenção primária abrangente que enfatiza o bem-estar e a cura da pessoa em dimensões biopsíquica-socio-espirituais como objetivos principais, além da supressão de uma doença somática específica (Bell et al., 2002). Originário dos EUA e Reino Unido (Templeman e Robinson, 2011), leva em consideração para o tratamento meios espirituais, emocionais, mentais e ambientais, além dos meios físicos (Gannota et al., 2018).

As práticas integrativas criam na atenção à saúde um ambiente inclusivo, baseado no pluralismo terapêutico. A medicina integrativa valoriza os avanços da medicina convencional, sem prejuízo de práticas baseadas em outras racionalidades em busca da qualidade de vida e da harmonia entre corpo e mente (Schveitzer e Zoboli, 2014).

O princípio geral é que todos os aspectos do paciente são considerados no tratamento da doença, que incluem alternativas naturais e menos invasivas quando possível. O paciente e o profissional de saúde formam uma parceria que permite uma abordagem holística que inclua crenças, bem-estar geral e comunidade para a cura da mente e do corpo. Técnicas específicas podem ser utilizadas, podendo envolver qualquer tratamento eficaz fora da metodologia convencional (Gannota et al., 2018).

Neste modelo, o paciente e o praticantes da Medicina Integrativa são parceiros no esforço de desenvolver e implementar um plano de tratamento abrangente para questões que vão muito além do diagnóstico e tratamento conventional (Bell et al., 2002).

Países que adotaram sistemas de saúde com abordagens integrativas de promoção da saúde são exemplos de como estes sistemas são econômicos e eficazes, pois reduzem a demanda por serviços e custos hospitalares públicos (Templeman e Robinson, 2011).

Na Saúde Integrativa é área de abordagem sistêmica, buscando integrar as diversas técnicas terapêuticas utilizadas na Medicina Convencional, Tradicional, Não-convencional e de Práticas Complementares de Bem-estar, por profissionais preparados e com a capacitação necessária para a correta aplicação de cada técnica e de conhecimento de todas as interfaces, com lógica clínica para condução dos tratamentos.

O movimento de busca de práticas alternativas e não-convencionais é uma vertente crescente, que busca no tratamento o preenchimento de um vazio deixado na Medicina Convencional: da prática humanizada e de modelos terapêuticos individualizados, de acordo com o estilo de vida, crenças e perspectivas sócio-econômicas e culturais do indivíduo. A insatisfação com a organização do atual sistema de saúde, a fragmentação do cuidado, o desejo de tratamentos mais suaves e com menos riscos de efeitos adversos, com a valorização do relacionamento médico-paciente e da comunicação, a consideração da pessoa de forma integral, a utilização de evidências e o enfoque na saúde, na cura e na prevenção de doenças são fatores motivadores da busca dos pacientes pela integralidade da prevenção e tratamento (Otani e Barros, 2011).

Referências:

Bell IR, Caspi O, Schwartz GE, Grant KL, Gaudet TW, Rychener D, Maizes V, Weil A. Integrative medicine and systemic outcomes research: issues in the emergence of a new model for primary health care. Arch Intern Med. 162(2):133-40, 2002. 

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Brasília, DF: MS; 2006. (Série B. Textos Básicos de Saúde).

Gannotta R, Malik S, Chan AY, Urgun K, Hsu F, Vadera S. Integrative Medicine as a Vital Component of Patient Care. Cureus. 10(8): e3098, 2018. 

Otani MAP, Barros NFA. Medicina Integrativa e a construção de um novo modelo na saúde. Ciência & Saúde Coletiva 16 (3): 1801-1811, 2011.

Schveitzer MC, Zoboli ELCP. Role of complementary therapies in the understanding of primary healthcare professionals: a systematic review* * Extracted from the study “Concepções de saúde e cuidado de práticas integrativas/complementares e humanizadoras na Atenção Básica: uma revisão sistemática,” 1st Exhibition of Studies of the Graduate Nursing Program, School of Nursing, University of São Paulo, 2013. Revista da Escola de Enfermagem da USP [online] 48(spe): 184-191, 2014.  Templeman K, Robinson A. Integrative medicine models in contemporary primary health care. Complementary Therapies in Medicine 19(2): 84–92, 2011.


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